TOC: entenda o transtorno obsessivo-compulsivo

mulher com toc tentando deixar os lápis em cima de uma mesa perfeitamente alinhados

Você já se pegou preocupado com pensamentos repetitivos e ações compulsivas que parecem fora do seu controle? 

Esses podem ser sinais do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), uma condição mental que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo.

Neste artigo, vamos explorar o que é o TOC, suas causas, sintomas e os melhores tratamentos disponíveis. Continue lendo para entender melhor essa condição e descobrir como buscar ajuda.

O que é o TOC?

O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é um transtorno mental crônico que se manifesta através de um ciclo vicioso de obsessões e compulsões. 

Obsessões são pensamentos, imagens ou impulsos recorrentes e intrusivos que provocam intensa ansiedade ou desconforto. 

Esses pensamentos indesejados são frequentemente percebidos como inapropriados ou sem sentido, mas a pessoa se sente incapaz de controlá-los.

Em resposta às obsessões, os indivíduos com TOC realizam compulsões, que são comportamentos repetitivos ou atos mentais destinados a reduzir a ansiedade ou prevenir um evento temido. 

No entanto, essas compulsões fornecem apenas um alívio temporário, perpetuando assim o ciclo de obsessões e compulsões.

O impacto do TOC na vida cotidiana pode ser profundo e debilitante, afetando várias áreas do funcionamento pessoal e social. Abaixo, exploramos como o TOC pode interferir significativamente na vida diária de uma pessoa:

  • Isolamento Social: Por exemplo, alguém com uma compulsão de limpeza pode evitar sair de casa para evitar a contaminação.
  • Produtividade Comprometida: As compulsões podem consumir uma quantidade significativa de tempo, resultando em atrasos ou falta de produtividade no trabalho ou na escola. Um estudante com TOC pode gastar horas revisando repetidamente suas anotações ou completando tarefas de maneira excessivamente detalhista.
  • Ansiedade Crônica: A constante luta contra obsessões e compulsões pode levar a níveis elevados de ansiedade. A pessoa pode viver em um estado constante de alerta, sempre preocupada com o próximo pensamento intrusivo ou com a necessidade de realizar um ritual.
  • Exaustão Física: Os rituais compulsivos podem ser fisicamente extenuantes. Por exemplo, alguém que se lava obsessivamente pode sofrer de pele irritada ou danificada, e aqueles que verificam repetidamente as coisas podem desenvolver lesões por movimentos repetitivos.
  • Perda de Renda: A incapacidade de manter um emprego estável devido aos sintomas do TOC pode resultar em dificuldades financeiras. Além disso, o tempo e os recursos.

Quais são os tipos de TOC?

Existem vários tipos de TOC, cada um com suas próprias obsessões e compulsões específicas. A seguir, entenderemos como alguns desses tipos funcionam:

  1. Verificação: medo constante de que algo está errado, levando a verificações repetitivas, como checar se as portas estão trancadas ou se o fogão está desligado. Essas ações podem ocupar horas do dia da pessoa;
  2. Contaminação: medo excessivo de germes e sujeira, resultando em limpeza e lavagem excessivas. Pode incluir evitar locais públicos e contato físico com outras pessoas;
  3. Acumulação: dificuldade em descartar objetos, independentemente de seu valor real, levando ao acúmulo excessivo. Isso pode criar um ambiente doméstico insalubre e perigoso;
  4. Simbólico: obsessões com números, cores ou palavras específicas, resultando em comportamentos ritualísticos. Por exemplo, a necessidade de tocar um objeto um certo número de vezes;
  5. Pensamentos intrusivos: pensamentos violentos ou perturbadores, como medo de machucar alguém, sem ações compulsivas evidentes. Esses pensamentos causam grande angústia e são frequentemente contrários aos valores da pessoa.

O que causa o transtorno obsessivo-compulsivo?

As causas do TOC não são completamente entendidas, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, neurológicos, comportamentais, cognitivos e ambientais contribua para o desenvolvimento do transtorno:

  • Genética: histórico familiar de TOC pode aumentar o risco. Estudos mostram que parentes de primeiro grau de indivíduos com TOC têm maior probabilidade de desenvolver a condição;
  • Neurológico: anomalias em relação a neurotransmissores (sobretudo a serotonina) que atuam na estrutura e funcionamento do cérebro, especialmente nas áreas responsáveis pelo controle do comportamento e da resposta ao medo. Isso inclui áreas como o córtex orbitofrontal, os gânglios da base e o tálamo;
  • Psicológico: padrões de pensamento e comportamento aprendidos ao longo do tempo. Pessoas com TOC podem desenvolver crenças disfuncionais sobre responsabilidade excessiva e perigo. Por exemplo, pessoas com TOC muitas vezes sentem uma responsabilidade esmagadora por prevenir danos, não apenas a si mesmas, mas também a outros. Por exemplo, alguém pode acreditar que, se não verificar repetidamente a fechadura da porta, um roubo ocorrerá, e será sua culpa;
  • Ambiental: experiências de vida estressantes ou traumáticas podem desencadear ou agravar o TOC. Eventos como abuso, perda de um ente querido ou grandes mudanças na vida podem precipitar os sintomas.

Quais são os sintomas mais comuns do TOC?

Como dito, o TOC envolve a presença de obsessões e compulsões. Entre as mais comuns de cada uma, temos:

  • Obsessões: pensamentos, imagens ou impulsos intrusivos que causam ansiedade. Exemplo: medo de contaminação, dúvidas constantes, necessidade de simetria. Essas obsessões são repetitivas e persistentes, dificultando a concentração em outras atividades;
  • Compulsões: comportamentos repetitivos ou atos mentais realizados para reduzir a ansiedade causada pelas obsessões. Exemplo: lavar as mãos repetidamente, contar, organizar objetos de maneira específica. As compulsões são realizadas com o intuito de prevenir um evento temido ou reduzir o desconforto, mesmo que não estejam conectadas de maneira realista ao que estão destinadas a neutralizar.

As obsessões e compulsões se manifestam de formas diferentes de acordo com o tipo de TOC. Assim, é crucial buscar auxílio médico especializado ao identificar os sintomas.

Como identificar o TOC infantil e em adultos?

O TOC pode se manifestar de maneiras diferentes em crianças e adultos.

  • Crianças: podem não reconhecer que suas obsessões e compulsões são irracionais. Sintomas comuns incluem rituais de contagem, lavagem excessiva das mãos e necessidade de simetria. As crianças podem acreditar que suas ações são necessárias para evitar catástrofes ou manter a família segura;
  • Adultos: geralmente reconhecem que suas obsessões são irracionais, mas ainda assim sentem-se compelidos a realizar as compulsões. Os adultos podem ter dificuldade em falar sobre seus sintomas devido ao medo de julgamento. Em adultos, os sintomas podem interferir significativamente no trabalho, nos relacionamentos e nas responsabilidades diárias como dificuldade em cumprir horários ou refazer várias vezes a mesma tarefa.

Mediante ao reconhecimento desses sinais e sintomas, é importante procurar ajuda especializada. Descubra quando procurar um psiquiatra.

Como diferenciar o TOC de outros transtornos ansiosos?

Diferenciar o TOC de outros transtornos ansiosos pode ser desafiador, mas é importante observar alguns aspectos específicos os quais veremos na sequência.

Enquanto a ansiedade generalizada envolve preocupações mais difusas, o TOC é caracterizado por obsessões específicas e comportamentos compulsivos. No TOC, as compulsões são realizadas em resposta a obsessões específicas, enquanto na ansiedade generalizada, a preocupação é mais ampla e não necessariamente acompanhada de rituais compulsivos;

Além disso, a presença de rituais específicos e repetitivos é um indicador chave do TOC. Esses rituais são realizados de maneira rígida e muitas vezes são percebidos como irracionais pela própria pessoa.

Lembre-se sempre de consultar um médico e evitar o autodiagnóstico.

Quais os impactos do transtorno obsessivo-compulsivo na vida da pessoa?

O TOC pode ter impactos profundos em diversas áreas da vida, incluindo:

  • Social: isolamento social devido à vergonha ou necessidade de realizar rituais em privado. As pessoas podem evitar amigos, familiares e atividades sociais;
  • Acadêmico/profissional: dificuldade em concentrar-se, cumprir prazos e participar de atividades diárias. Isso pode levar a baixo desempenho, demissões ou abandono escolar;
  • Emocional: baixa autoestima, depressão e aumento da ansiedade. O constante ciclo de obsessões e compulsões pode exaurir a pessoa emocionalmente, resultando em sentimentos de desesperança e desespero.

Para contornar tais repercussões, recomendamos a orientação personalizada através de uma sessão de psicologia online.

Como é feito o diagnóstico do TOC?

O diagnóstico do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma tarefa complexa e deve ser realizada por um profissional de saúde mental qualificado, como um psicólogo ou psiquiatra. De acordo com os critérios estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), alguns dos principais pontos considerados incluem a presença de obsessões e/ou compulsões que consomem uma quantidade significativa de tempo (geralmente mais de uma hora por dia) e causam sofrimento ou prejuízo funcional ao indivíduo.

Além disso, é crucial excluir outras condições médicas ou transtornos mentais que poderiam estar causando os sintomas observados. Isso pode envolver a realização de entrevistas clínicas e o encaminhamento para exames físicos detalhados para garantir que os sintomas não são atribuíveis a outras causas, como condições neurológicas ou efeitos de substâncias.

Outros critérios importantes para o diagnóstico incluem a avaliação da gravidade dos sintomas e do impacto que eles têm na vida diária do paciente. Por exemplo, é avaliada a interferência das obsessões e compulsões na capacidade do indivíduo de manter relacionamentos saudáveis, desempenhar funções no trabalho ou escola e realizar atividades cotidianas.

A avaliação do risco de suicídio e a investigação de histórico prévio de mania ou hipomania também são componentes críticos no processo de diagnóstico, garantindo uma abordagem abrangente e segura ao tratamento.

A telemedicina surge como uma ferramenta valiosa neste contexto, permitindo que os pacientes acessem cuidados de saúde mental de maneira conveniente e eficaz. Através de consultas online, os profissionais podem conduzir avaliações iniciais, monitorar o progresso do tratamento e oferecer suporte contínuo, especialmente para aqueles que podem ter dificuldades em comparecer a consultas presenciais devido à natureza debilitante de seus sintomas.

Como ajudar alguém com TOC?

Se você conhece alguém com TOC, você pode ajudar:

  • Oferecendo apoio emocional: seja um ouvinte atento e evite julgar os comportamentos da pessoa. Mostrar compreensão e paciência pode fazer uma grande diferença.
  • Encorajando a busca de ajuda profissional: incentive a pessoa a procurar um psicólogo ou psiquiatra. A terapia pode fornecer ferramentas essenciais para gerenciar os sintomas.
  • Educando-se sobre o TOC: aprender sobre o TOC pode ajudar a entender melhor o que a pessoa está passando. Isso pode incluir ler livros, artigos e participar de grupos de apoio.

Quais os tratamentos para o transtorno obsessivo-compulsivo?

Existem tratamentos eficazes para o TOC, incluindo:

  • Psicoterapia: um dos tipos de terapia mais conhecidos, a TCC é uma das opções para o tratamento. Durante a terapia, pode-se expor a pessoa às situações que provocam suas obsessões e impedir a realização das compulsões, ajudando a reduzir a ansiedade associada;
  • Medicações: frequentemente prescritas para ajudar a controlar os sintomas. Aqui é especialmente importante não praticar a automedicação em nenhuma hipótese;
  • Terapias complementares: técnicas como mindfulness e terapia familiar podem ser úteis como parte de um plano de tratamento abrangente. Essas abordagens podem ajudar a reduzir o estresse e melhorar as habilidades de enfrentamento.

O TOC pode ser curado?

Embora o TOC não tenha uma cura definitiva, muitos indivíduos experimentam uma melhoria significativa dos sintomas com tratamento adequado. 

A terapia e a medicação podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. 

Algumas pessoas podem alcançar uma remissão completa dos sintomas, enquanto outras podem necessitar de tratamento contínuo para gerenciar a condição.

Como procurar um médico para investigar ou tratar  o TOC?

Se você ou alguém que você conhece está lutando com sintomas de TOC, é importante procurar ajuda profissional. Considere:

  • Agendar uma consulta online: utilize os benefícios da telemedicina para falar com um especialista.
  • Consultar um psicólogo ou psiquiatra: para uma avaliação mais aprofundada e recomendações de tratamento. Eles podem fornecer um diagnóstico preciso e um plano de tratamento personalizado.
  • Evitar a automedicação: consulte um profissional antes de iniciar qualquer tratamento medicamentoso para evitar complicações. Saiba mais sobre os problemas da automedicação.

Não deixe que o TOC controle sua vida. Para saber mais sobre como a telemedicina pode ajudar, visite a página de pacientes da Conexa Saúde ou agende uma consulta online.

Créditos da imagem: AntonioGuillem em iStock


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